O Africanitude 013 tem suas raízes na profunda intenção de honrar e valorizar a rica cultura africana e afro-brasileira na Baixada Santista. Nascido do desejo de homenagear o Dia da Consciência Negra e impulsionado pela urgência em promover a visibilidade e a representatividade negra, o projeto iniciou sua jornada de forma orgânica e com recursos limitados. Em 2020, mesmo com apenas 1 ano de experiência em fotografia por parte de sua idealizadora, a paixão e a visão em dar vida a essa ideia falaram mais alto.

A primeira edição, "Rainhas Africanas", desenvolvida e fotografada em 2020, nasceu na casa da idealizadora. Com poucos recursos financeiros e técnicos, a criatividade foi a maior aliada. Foram utilizados apenas dois tecidos para fundo e figurino – um turbante e um tecido multiuso – que se revezavam entre as modelos! As doações valiosas de máscaras e acessórios vieram de empreendedoras locais como a Chinua Acessórios e a Malaika Store. A maquiagem também contou com o apoio da maquiadora Kathlin Fersan, outra empreendedora local que acreditou na ideia. Essa fase inicial teve o apoio fundamental da assistente fotográfica e de produção, Thamirys Silva, e a simpatia e o engajamento de amigas que se tornaram modelos. Marysol Santos, uma dessas modelos e amiga, abraçou a causa e se dispôs a atuar como produtora, demonstrando uma criatividade incrível ao transformar os poucos materiais em figurinos elaborados com truques como caneta, alfinetes e cordas – mostrando que a arte não precisa de grandes recursos para acontecer.

Esse movimento inicial, construído na base da colaboração, confiança, criatividade e o apoio da comunidade local durante a pandemia, rapidamente cresceu e se transformou em uma plataforma de expressão, visibilidade e pertencimento. Em 2021, foi desenvolvida e fotografada a segunda edição, "Laços de Nós". O reconhecimento chegou cedo: o projeto foi convidado pela Secretaria de Cultura a participar do 1º Santos Arte Preta, marcando sua primeira exposição pública em parceria com a Prefeitura de Santos em 2022.

Desde então, o Africanitude 013 vem contando e celebrando histórias de luta, resistência e superação de indivíduos e comunidades através da fotografia, firmando-se como um movimento de fortalecimento da autoestima e da memória coletiva. Com edições desenvolvidas em 2020 e 2021, e uma terceira prevista para 2025, o projeto segue em frente, com as raízes fincadas na força da comunidade e na celebração da nossa identidade.